Informações sobre a endometriose, causas, sintomas, prevenção e tratamento da endometriose, identificando os tipos de problemas provocados.


O que é Endometriose

A endometriose é uma condição ginecológica complexa, caracterizada por tecido endometrial em sítios extrauterinos.
Os principais sintomas clínicos incluem dismenorreia, dor pélvica crônica, dispareunia de profundidade, infertilidade e sintomas intestinais e urinários cíclicos, como dor ou sangramento ao evacuar/urinar durante o período menstrual. Pesquisa realizada por Bellelis et al. mostrou que a principal queixa relatada pelas pacientes com endometriose foi dismenorreia, com prevalência de 62,2%.
Entretanto, quando todos os sintomas relatados foram considerados, a dor pélvica crônica foi o sintoma mais prevalente, seguido pela dispareunia de profundidade, sendo referidos por 56,8% e 54,7% das pacientes, respectivamente. A infertilidade foi referida por 39,8% das 892 pacientes.
Um estudo com o objetivo de conhecer as práticas dos ginecologistas brasileiros em relação ao diagnóstico da endometriose mostrou que ocorre uma suspeita precoce de endometriose por parte do médico quando a paciente se queixa de infertilidade, dismenorreia ou dor pélvica crônica. Um achado interessante deste estudo mostrou que o tempo até a indicação de um procedimento diagnóstico foi menor para médicos que participaram de congressos e aulas sobre endoscopia ginecológica e endometriose, evidenciando assim que ginecologistas mais informados suspeitam da doença mais precocemente. A endometriose exibe similaridade com o câncer uma vez que os implantes de células endometriais requerem neovascularização para se estabelecerem, crescerem e invadirem tecidos. Além disso, as teorias etiopatogênicas da endometriose envolvem fatores de crescimento e citocinas associados à regulação da multiplicação celular e a neoangiogênese que podem atuar na carcinogênese. Estima-se que 1% dos casos de endometriose esteja relacionado com câncer e para alguns tipos de endometriose o seu caráter benigno tem sido questionável.
Apesar do diagnóstico definitivo da endometriose necessitar de uma intervenção cirúrgica, denominada videolaparoscopia, diversos achados nos exames físico, de imagem e laboratoriais já podem predizer, com alto grau de confiabilidade, que a paciente apresenta essa doença. Durante esse procedimento cirúrgico é possível a visualização das lesões sugestivas da doença e a obtenção de amostra tecidual para análise anatomopatológica e confirmação do diagnóstico da endometriose. A classificação utilizada para endometriose é a da American Society of Reproductive Medicine (ASRM), revisada em 1996, que gradua essa doença em mínima (estágio I), leve (estágio II), moderada (estágio III) ou severa (estágio IV). Atualmente, os tratamentos mais difundidos são a cirurgia, a terapia de supressão ovariana ou a associação de ambas.
A causa da endometriose permanece desconhecida. Entretanto, há evidências de fatores imunológicos, ambientais e genéticos envolvidos na sua patogênese.